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Principais Causas de Encefalopatias Crônicas Não-Progressivas: Revisão da Literatura Imprimir E-mail
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Main Causes of Chronic Encephalopathies Non-Progressive: Review of the Literature



Trabalho realizado por:

Sara Mendes Ribeiro.

Graduanda em Fisioterapia da Universidade Paulista - UNIP, Campus Flamboyant, Goiânia/GO.

Contato: sarinha_2.2k@hotmail.com.


Orientadores:

Xisto Sena Passos.

Professor Doutor em Medicina Tropical. Professor Titular do Curso de Fisioterapia, Campus Flamboyant, Goiânia/GO.

Samara Lamounier Santana Parreira.

Doutora em Ciências da Saúde pela Universidade de São Paulo. Professora Titular do Curso de Fisioterapia da Universidade Paulista – UNIP.

 

Resumo

Introdução. A Encefalopatia Crônica Não-Progressiva (ECNP), conhecida como paralisia cerebral, é uma desordem do movimento, do tônus e da postura, provocando retardo ou anomalia no desenvolvimento da criança. Objetivo. Identificar as principais causas de encefalopatias, por meio de uma revisão da literatura. Métodos. Revisão bibliográfica, pautada na análise de livros, revistas e artigos científicos coletados em bancos de dados como LILACS, SCIELO e SCIÊNCE. Resultados. A encefalopatia apresenta várias causas, dentre elas destacam-se as ocorrências durante a gestação – como hemorragias, no nascimento – como nascimentos prematuros, ou após o nascimento – como traumas na cabeça. Conclusão. As principais causas da ECNP são decorrentes de complicações no parto, além de anomalias congênitas do cérebro, anoxia cerebral, lesões traumáticas decorrentes de parto prolongado e as encefalites no pós-parto.

Descritores
: Encefalopatia; Causas; Fisioterapia.

Abstract

Introduction. THE Encephalopathy Chronic Non-Progressive (ECNP), known as cerebral palsy, is a disorder of the movement, tone and posture, causing delay or anomaly in the development of the child. Objective. Identify the main causes of Transmissible, by means of a literature review. Methods. Bibliographic review, based on the analysis of books, magazines and scientific articles collected in databases such as LILACS, SCIELO and SCIÊNCE. Results. The encephalopathy presents several causes, among them are the occurrences during the pregnancy - such as hemorrhage, in birth - such as premature birth, or after the birth - such as traumas in the head. Conclusion. The main causes of ECNP are due to complications in part, in addition to congenital anomalies of the brain, cerebral anoxia, traumatic injuries resulting from prolonged labor and encephalitis in the postpartum period.

Descritors: Encephalopathy; Causes; Physical Therapy.

Introdução

A encefalopatia crônica não-progressiva (ECNP) é também conhecida como Paralisia Cerebral (PC). Trata-se de uma doença não-progressiva e que pode permanecer estável, decorrente de um defeito ou lesão do cérebro imaturo, que causa desordem do movimento, do tônus e da postura. Como etiologia existem os fatores pré-natais, perinatais ou pós-natais, por serem estas, as etapas de maturação das características estruturais e funcionais do ser humano.

A ECNP é classificada pelas formas hipertônica, hipotônica, tônus flutuante, atáxica e mista. A hipertonia pode-se dar através da espasticidade ou pela rigidez. A forma hipotônica normalmente apresenta grave depressão da função motora e fraqueza muscular. O tônus flutuante ou atetose gera a ausência de coordenação e sinais de comprometimento do sistema extrapiramidal. A atáxica indica comprometimento do cerebelo. E a forma mista combina as formas espásticas, atetóide e atáxica.  

A espasticidade pode ser ainda classificada de acordo com a topografia, em diplegia, quando ocorre um comprometimento nos quatros membros, porém maior em membros inferiores, por consequência de maior grau de espasticidade. Em quadriplegia, quando ocorre um prejuízo equivalente nos quatros membros, inclusive de tronco, sendo maior em membros superiores. E em hemiplegia, quando ocorre um comprometimento em membro superior e inferior de um dos lados do corpo, sendo que, normalmente, é maior em membro superior. No entanto, deve-se ressaltar que a plegia significa a perda total do movimento e qualquer coisa menos que perda total, caracteriza a paresia.

Um fator preocupante a respeito da ECNP refere-se à situação sócio-econômica dos países, haja vista que a literatura estudada destaca o fato de que há uma incidência mais acentuada da doença em países mais pobres, do que em relação aos mais desenvolvidos. Tal condição indica que é importante investir em recursos preventivos no que concerne à ocorrência de problemas crônicos, como da ECNP.

As causa de ECNP estão relacionadas a fatores pré-natais, perinatais e pós-natias, os quais serão discutidos a seguir. No Brasil estas causas são reconhecidas, mais poucos estudos abordam as características especificas da população Brasileira.

Este trabalho tem como objetivo identificar e discutir as principais causas de ECNP, a partir de estudos literários já publicados sobre o tema.

Revisão de Literatura

Segundo estudos de Rotta, publicados no ano de 2002, a ECNP é uma patologia de caráter essencialmente infantil, que apresenta diversas causas e características, sendo uma delas, a rigidez muscular. No ano de 1897, a ENCP passou a ser conhecida como Paralisia Cerebral (PC), sendo caracterizada pela presença de transtornos motores decorrentes de lesão que acomete seu sistema nervoso central.

Em 2009, Assis-Madeira e Carvalho, evidenciaram o fato de que os primeiros estudos publicados acerca da ECNP foram realizados por Little, entre os anos de 1843 e 1862.

Atualmente, a ECNP é conceituada como sendo um distúrbio do movimento ou da postura, que ocorre desde a fase gestacional, passando pelo parto, até o pós-parto, como apontaram Benfica, Silva e Pereira. Morimoto, Sá e Durigon desenvolveram estudos em que buscaram identificar variáveis relacionadas ao tônus muscular e às atividades funcionais estáticas e dinâmicas de suas amostras, afirmando que esta é uma patologia cerebral não-progressiva, mas que interfere no desenvolvimento funcional e estrutural do ser humano.

Em uma revisão de literatura, com o objetivo de avaliar os principais fatores de risco associados a alterações do desenvolvimento infantil, Resegue, Puccini e Silva destacaram a importante relação da prematuridade com a paralisia cerebral, deficiência mental e deficiência auditiva e visual profundas. Apontou-se, então, a presença de paralisia cerebral em 7% das crianças estudadas, o que determinou a associação deste evento com a menor idade gestacional.

Tabaquim e Ciasca investigaram o desenvolvimento motor, adaptativo, linguístico e do comportamento psicossocial, com um grupo de 27 crianças portadoras de ECNP, com idade de 5 anos, diagnosticadas com paralisia cerebral e outras patologias. Bobath e Lianza analisaram o desempenho psicomotor das crianças em relação às condições de tratamento. Ribeiro, Caon e Beltrame, avaliaram o perfil motor do portador de ECNP, observando que as desordens originárias da ECNP acarretam problemas de coordenação muscular e de movimento, devido aos danos em determinadas áreas do cérebro, entre o pré-peri ou pós-natal.

Leite e Prado, observaram as mais variadas causas da ECNP, bem como buscou verificar as abordagens terapêuticas mais adequadas para o paciente com paralisia cerebral. Para Levit, desde os trabalhos de Little, as complicações de parto já eram destacadas como as principais causas de ECNP, desde então diversos autores vem pesquisando sobre este assunto. Shepherd e Bobath, ressaltaram que as causas pré-natais são as mais frequentes, ocasionadas por distúrbios funcionais da mãe, infecções e parasitoses, intoxicações, traumatismos (direto no abdômen ou queda da mãe).

No mesmo sentido, tem-se a literatura de Segura, et al., que analisou o tratamento da espasticidade através da fisioterapia e da farmacologia - um estudo de caso, bem como as pesquisas de Chagas, Defi-Lipo, Lemos, Mancini, Frônio e Carvalho, observaram que a ECNP está intimamente associada a fatores pré, peri e pós-natal.

Em continuidade, diversos autores buscaram comparar o desempenho de atividades funcionais em crianças com desenvolvimento normal e crianças com paralisia cerebral, evidenciando as causas de maior freqüência nos casos da ECNP.

Ao analisar as alterações nasofibrolaringoscópicas da deglutição na ECNP, Manrique, Melo e Buhler destacaram que as causas perinatais também são influentes nos casos de ECNP. Para Miller e Clark; Moura; e Cesa, et al., os fatores maternos estão relacionados à idade da mãe, anomalias da placenta ou do cordão, desprendimento prematuro da placenta; os autores consideram também os fatores fetais decorrentes de malformações do feto, dismaturidade, prematuridade; e fatores derivados do parto, como anomalias de posição, parto instrumental e duração do trabalho de parto. Quanto às causas pós-natais, estas têm sido menos frequentes como fatores relacionados à ECNP, já que envolvem, em sua maioria, doenças do sistema nervoso, envenenamento gasoso e traumas.

Nos estudos de Moretto et al., as causas mais frequentes analisadas foram as infecções congênitas e agressão hipoxicoisquêmica, destacando também como fatores perinatal a hiperbilirrubinemia e citomegalovirose. Deve-se estar atento a ocorrência de outro caso em uma mesma família podendo ter relação há algum tipo de doença hereditária genética, com evolução progressiva e que pode imitar um quadro tipo de ECNP.

Discussão

O termo ECNP é abrangente, apresenta variedade de fatores causadores e descreve a evolução do distúrbio da função motora secundários à patologia não progressiva do cérebro imaturo”. Mesmo em países com assistência pré e perinatal adequada, fica difícil de colher informações completas das anamneses, pois não houve um planejamento adequado nessas observações, para que se possa esclarecer aspectos duvidosos.

Ao analisar os fatores de risco ao desenvolvimento motor da criança, publicados no ano de 2009, evidenciou-se o fato de que os primeiros estudos publicados acerca da ECNP foram realizados por Little, entre os anos de 1843 e 1862. A ECNP pode acometer crianças em diversas faixas etárias, sendo que pode ser percebida em criança com idade entre 2 e 5 anos.

Os autores analisados defenderam que a ECNP ou paralisia cerebral foi analisada a partir de um grupo de amostras composto por crianças nascidas entre 34 e 36 semanas (idade gestacional), onde se constatou que houve maior incidência da prematuridade com relação aos casos de ECNP.

Para alguns autores citados neste estudo, após diagnosticar a ECNP, é importante que o profissional busque aplicar procedimentos que estimulem a melhora do paciente5. A literatura evidenciou que a ECNP se refere a determinados tipos de disfunções neurológicas, motoras e sensoriais, que inibem o pleno desenvolvimento da criança, até determinada fase de sua vida. De um modo geral, é necessário se avaliar a tonicidade muscular, o tipo de inervação e os padrões posturais do indivíduo, para se identificar a ECNP.

A partir das pesquisas acerca das causas de ECNP, evidenciou-se que, no Brasil, não há um controle efetivo dos casos de ECNP. A ECNP é mais expressiva nos países subdesenvolvidos, principalmente devido à falta de recursos para se desenvolver ações voltadas para o controle e tratamento desta patologia, desde o pré-natal, até os primeiros anos de vida da criança.

Em países desenvolvidos como nos Estados Unidos a incidência é menor, já no Brasil não há estudos conclusivos da incidência, mais se presume uma grande incidência devido à falta de cuidados e controle epidemiológico no pré-natal. Segundo Edelmuth, surgem no Brasil, 17.000 novos casos de ECNP ao ano. Houve controvérsia quanto ao número de casos de encefalopatia relatados nos Estados Unidos deram conta de que a cada ano, cerca de 20.000 novos casos são detectados, sendo que há prevalência de 4 casos, por cada 1000 nascidos vivos.

Os estudos analisados demonstraram consenso sobre as causas, ao destacar como principais, os fatores relacionados à gestação, parto e pós-parto. Assim, foram evidenciados casos de lesão cerebral hipoxêmicas devido à anemia da parturiente, além de hemorragias, eclampsia, circular de cordão umbilical e hipertensão arterial. Ainda como causas da ECNP na fase de pré-natal até o parto, foram citadas as infecções da gestante, bem como as viroses e doenças como rubéola, toxoplasmose, lues, HSV, dentre outras. Diabetes, desnutrição, eclampsia e radioterapia, também são causas evidenciadas pela literatura estudada. Em se tratando da fase perinatal, as causas mais prováveis da encefalopatia: traumas de parto, hemorragias intracranianas, asfixia (hipóxia ou anóxia), parto prematuro e icterícia. Para os casos de pós-natal, foram consideradas como principais causas, as meningites bacterianas, traumatismos crânios-encefálicos e acidentes vasculares cerebrais (AVC’s).

Alguns fatores de risco relacionados à ECNP devem ser destacados, como por exemplo, os que se relacionam com a genética, com lesões vasculares, infecções congênitas, transtornos físicos e tóxicos, distúrbios metabólicos, asfixia perinatal, dentre outros. Fatores como a desnutrição, lesões adquiridas no pós-parto, até por volta dos 2 anos de idade da criança, bem como o contágio doenças como meningoencefalites, são importantes fontes de risco para o agravamento das consequências da ECNP.

Destaca-se, ainda, que casos de afogamento ou de traumatismo cranioencefálico, também são apresentados pela literatura como de considerável importância como causa de ECNP.

Conclusão

Pode-se observar, com base nos estudos literários abordados, que a ECNP apresenta diversas causas, sendo que as mais comumente percebidas foram às seguintes: complicações no parto, anomalias congênitas do cérebro, anoxia cerebral, lesões traumáticas decorrentes de parto prolongado e as encefalites no pós-parto.

Referências

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Obs:

- Todo crédito e responsabilidade do conteúdo é de sua autora.

- Publicado em 16/12/2011.


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