gototopgototop

Referência em Fisioterapia na Internet

Referência em Fisioterapia na Internet

Buscador - Artigos

Publicidade

Banner
Banner
Banner
Banner
Análise Cognitiva de uma Paciente Portadora de Alzheimer do Abrigo São João Batista do Município de Barreiras - BA Imprimir E-mail
Avaliação do Usuário: / 0
PiorMelhor 

 

Trabalho realizado por:

ANNE KARINE SILVA CRUZ¹ (Contato - E-mail: annykarine-s@hotmail.com)
- KELIANE BANDEIRA XAVIER¹
- LEILIANE COSTA BERTO DA SILVA¹
- RODRIGO SARAIVA PEREIRA DE MELO¹
- TÁSSIA LAÍS RIBEIRO LIMA DA CRUZ¹
- VANESSA SODRÉ ALCÂNTARA¹
- DIOGO PEREIRA CARDOSO DE SÁ²

¹Acadêmicos do Curso de Fisioterapia, Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB, Barreiras/BA.

²Professor do Curso de Fisioterapia, Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB, Barreiras/BA.

 

Introdução: Alzheimer é uma doença neurológica progressiva e degenerativa com incidência em idosos que se caracteriza por perda cognitiva e de motricidade devido à atrofia no hipocampo e córtex cerebral de avanço lento e tempo médio de duração de oito anos. Objetivo: mensurar o grau de comprometimento cognitivo em uma paciente com diagnóstico de doença de Alzheimer através da escala de Mini Exame do Estado Mental (MEM). Metodologia: Trata-se de uma pesquisa quantitativa do tipo estudo de caso onde a paciente foi escolhida por conveniência e o critério de inclusão foi ser um idoso institucionalizado no Abrigo São João Batista no município de Barreiras-BA como instrumento de coleta de dados foi utilizado a Escala de Mini Exame do estado Mental em sua versão em português criada por Brucki (2003) e a descrição dos resultados foi 20 pontos para analfabetos, 25 para idosos com quatro anos de estudo, 27 para cinco a oito anos de estudo, 28 para 9 a 11 anos de estudo e 29 para mais de onze anos de estudo e a apresentação foi através de tabela no Excel. Resultados: O escore encontrado foi de onze pontos onde 4 pontos foi em orientação temporal e espacial, 2 pontos em registros, 5 em linguagem e no restante não houve pontuação. Conclusão: A paciente fica classificada como analfabeta com índice de comprometimento cognitivo elevado, portanto incapaz interagir com o meio externo e de realizar suas atividades de vida diária.

 

Palavras- chave: Doença de Alzheimer, Idoso, Mini Exame do Estado Mental.

 

INTRODUÇÃO

A demência vai se constituindo na medida em que a população mundial vai envelhecendo, aumentando cada vez mais, gerando um problema de saúde pública principalmente nos países em desenvolvimento. Estimando-se que o número de pessoas idosas acima de 60 anos terá uma crescente de 300% nos próximos 50 anos, sendo maior nos países semi desenvolvidos. O Brasil é um dos países que apresenta essa característica, sendo constatado que nos últimos 50 anos o envelhecimento de sua população esta ocorrendo com maior velocidade. Já que em 1950 a população com mais de 60 anos de idade era de aproximadamente 2 milhões correspondendo a 4,7% da população total. (SCAZUFCA et al, 2002).

Segundo Paula e Yassuda (2009), juntamente ao processo de envelhecimento surgem o declínio de algumas habilidades cognitivas, como a memória episódica e as funções executivas, ressaltando, em que apenas em alguns casos, esse declínio de habilidades cognitivas evolui para demência.

Uma vez que a demência é caracterizada pela degradação progressiva das funções cognitivas. Ela se dá por lesões extensas do córtex dos dois hemisférios cerebrais, mais raramente na região subcortical, causando demência por intervir na ativação ordenada e coerente do córtex cerebral (CAMBIER; MAURICE; DEHEN, 2004).

Revelam Luzardo; Gorini e Silva (2006) que o tipo de demência mais comum é considerado a Doença de Alzheimer (DA), caracterizada por respostas cognitivas desadaptadas. A doença de Alzheimer é um distúrbio neurodegenerativo, que ocorre de forma progressiva, atinge as funções cognitivas como memória, capacidade de aprendizado, linguagem, atenção, capacidade visual e noção espacial, apresentam mudanças no comportamento e racicíonio. (FORLENZA, 2001)

De acordo com Luzardo; Gorini e Silva (2006), o processo de degeneração é variável e progressivo, caracterizando o processo demencial em leve, moderado e severo, respeitando as diferenças individuais de cada pessoa. Conforme a progressão da doença, todos os sintomas se agravam e finalmente o paciente fica restrito ao leito e duplamente incontinente, essa condição se prolonga por um período de 7 a 15 anos (PERKIN, 1998)

Portanto, é essencial que os profissionais da saúde estejam capacitados para diagnosticar e monitorar a evolução dos sintomas desses pacientes. Para alcançar esses objetivos são utilizadas algumas escalas, entre elas se encontra a Mini Exame do Estado Mental (MEEM) que é seguramente o instrumento mais utilizado mundialmente. Esta escala foi traduzida para a versão portuguesa por Bertolucci e col que constataram que o escore total dependia do nível educacional de cada individuo mais a escala passou por varias adaptações e por inúmeros autores sendo um deles Brucki et al (2003) sendo esta usada no atual estudo é um dos testes mais empregados e mais estudados em todo o mundo.. O MEEM é composto por varias questões que correspondem a sete categorias, cada uma delas desenhadas com o intuito de avaliar funções cognitivas especificas sendo elas: orientação para o tempo onde contem o valor de 5 pontos; orientação para o local (5 pontos); registro de 3 palavras ( 3 pontos); atenção e calculo (5 pontos); lembrança das 3 palavras (5 pontos); linguagem (8 pontos); capacidade construtiva visual equivalente a 1 ponto o escore total do MEEM pode variar de 0 a 30 pontos (ALMEIDA, 1998).



MÉTODOS E SUJEITOS DA PESQUISA

Trata-se de uma pesquisa quantitativa do tipo estudo de caso, onde a paciente foi escolhida por conveniência e teve como critério de inclusão idoso que fosse institucionalizado no Abrigo dos Idosos São João Batista apresentando diagnostico de Alzheimer, o abrigo localiza-se na Rua: Camaçari, 615 - Vila Dulce no município de Barreiras -BA.

Como instrumento de coleta de dados foi utilizado a Escala de Mini Exame do Estado Mental (MEEM), elaborado por Folstein et al (1975) no atual estudo foi usada a MEEM modificada por Brucki et al (2003) é um dos testes mais empregados e mais estudados em todo o mundo. Usado isoladamente ou incorporado a instrumentos mais amplos, permite a avaliação da função cognitiva e rastreamento de quadros demenciais. Tem sido utilizado em ambientes clínicos, para a detecção de declínio cognitivo, para o seguimento de quadros demenciais e no monitoramento de resposta ao tratamento. A descrição dos resultados foi 20 pontos para analfabetos, 25 para idosos com quatro anos de estudo, 27 para cinco a oito anos de estudo, 28 para 9 a 11 anos de estudo e 29 para mais de onze anos de estudo e a apresentação foi através de tabela no Excel. Cabe ressaltar que a pesquisa seguiu de acordo com a Resolução 169/96 do Ministério da Saúde do Brasil após a coleta de dados.

 

 

DISCUSSÃO

Pode-se considerar a demência como uma das principais razões para os quadros de morbidade entre idosos e sua prevalência está entre 2% e 25% dos indivíduos em torno de 65 anos ou mais. A doença de Alzheimer (DA) é a causa mais frequente de demência no idoso, afeta as funções cognitivas incluindo memória, capacidade de aprendizado, linguagem, noção espacial dentre outras além de conter manifestações patológicas bem definidas, acaba acometendo pelo menos 5% das pessoas com idade superior a 65 anos e 20% daqueles com mais de 80 anos (ABREU; FORLENZA; BARROS, 2002). Devido apresentar degeneração progressiva e variável, é possível definir as fases do quadro demencial em leve, moderado e severo, apesar das diferenças individuais (LUZARDO et al , 2006).

Em meio a estes fatores no Brasil, a Escala de Mini Exame do Estado Mental (MEEM) é considerada como um dos instrumentos de avaliação e rastreio de comprometimento cognitivo e é bastante usada pelos profissionais da área da saúde. Vários pesquisadores já fizeram adaptações na mesma podendo citar Bertolucci et al , Almeida, Brucki et al dentre outros, fizeram modificações em grande parte dos seus itens, tais como aquelas que avaliam a noção de tempo, a atenção e o calculo, a nomeação de objetos, a captação de comandos falados e escritos, além da avaliação escrita e as habilidades visual-espaciais (LOURENÇO; VERAS, 2006).

No atual estudo foi utilizada a escala adaptada por Brucki et al (2003), cujo o mesmo realizou uma pesquisa fazendo uso do MEEM avaliando 433 indivíduos onde 289 foram do Hospital Santa Marcelina sendo eles acompanhantes de pacientes do ambulatório do serviço de neurologia e 144 eram da cidade de Catanduva sendo eles escolhidos de maneira aleatória, 222 dos indivíduos apresentavam 65 anos de idade ou superior a isto, o autor declarou que indivíduos com escores do MEEM abaixo de 20, 25, 27, 28 e 29 pontos era considerado como analfabeto sendo semelhante ao presente estudo cujo a paciente apresentou 13 pontos.

Em um estudo realizado por Lenardt et al (2009) no município de Curitiba –PR foi avaliado o desempenho de idosas institucionalizadas através do MEEM, foram verificadas 34 idosas onde as que continham entre 65 a 79 anos a média de escore foi de 18 pontos,aquelas com 80 anos ou mais a media foi de 15,65 pontos , idosas analfabetas com 65 a 79 anos foi de 16,9 pontos e aquelas com que apresentavam 80 anos ou superior a isso foi de 13,3 pontos. No total seis das idosas integrantes do estudo obtiveram uma pontuação inferior a 13 no MEEM, 13 pacientes tiveram de 13 a 17 pontos, 12 idosas obtiveram entre 18 e 25 pontos e somente três delas atingiram uma pontuação de 26 pontos ou mais. Com base no que já foi relatado, pode-se verificar que a prevalência de quadros demências aumenta devido a idade, passando de 1,3 % nos sujeitos com 65 a 69 anos para em torno de 17 % entre aqueles com 80 a 84 anos, obtendo aproximadamente 37,8 % entre os que contem 85 anos e além disso.

De acordo com Herrera et al (1998), foi realizada uma pesquisa na zona urbana de Catanduva no interior do Estado de São Paulo onde foi utilizado o Mini Exame do Estado Mental como instrumento para verificar declínio cognitivo em 1.660 idosos que possuíam 65 anos ou mais, 236 destes indivíduos foram encontrados prováveis casos de demência.

Converso e Lartelli (2007), efetuaram um estudo em Presidente Prudente no estado de São Paulo, para analisar o estado mental de idosos institucionalizados em instituições públicas de longa permanência sendo estes Hospital Psiquiátrico Espírita Adolpho Bezerra de Menezes, Vila da Fraternidade e Lar São Rafael. Foram avaliados 115 idosos que continham entre 65 a 104 anos estes foram avaliados por meio do MEEM onde os valores encontrados foram de 76,72% apresentando assim déficit cognitivo e 23, 28% deles estavam dentro dos valores considerados normais. Além disso, o escore médio para este instrumento foi de 13 pontos.

 

 

RESULTADOS

Foi aplicado o teste Mini Exame do Estado Mental, onde os resultados foram apontados no gráfico 1. Este apresenta um comparativo, entre o escore do paciente e o escore máximo, alcançado em cada quesito abordado no teste, sendo eles: Orientação Temporal Espacial; Registros; Atenção e cálculos; Lembrança; e Linguagem.

No final do teste foi realizado o somatório dos pontos marcados pela paciente em todos os quesitos, totalizando 11 de um escore máximo de 30 pontos, apresentado no gráfico 2. Em seguida foi feita a avaliação do escore obtido, segundo Brucki et al. (2003), e concluiu-se que a paciente pode ser classificada como analfabeta.

 

Gráfico 1:

 

Gráfico 2:

 

 

CONCLUSÃO

A paciente fica classificada como analfabeta com índice de comprometimento cognitivo elevado, portanto incapaz interagir com o meio externo e de realizar suas atividades de vida diária.

 

 

 

REFERÊNCIAS

ABREU, Isabella Dutra; FORLENZA, Orestes V; BARROS, Hélio Laur.Dêmencia de Alzheimer :Correlação entre memória e autonomia.Rev. Psiquiatria Clinica, 2002. Disponível em: http://urutu.hcnet.usp.br/ipq/revista/vol32/n3/131.html acesso 10 de abril de 2013

 

ALMEIDA, Osvaldo P. Mini Exame do Estado Mental e o Diagnostico de Demência no Brasil. Arq. Neuropsiquiatr, 1998. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/anp/v56n3B/1774.pdf

 

BRUCKI, SMD et al. Sugestões para o uso do mini-exame do estado mental no Brasil. Arq Neuropsiquiatr. 2003; 61(3B):777-81. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/anp/v61n3B/17294.pdf acesso 12 de abril de 2013

 

CAMBIER, Jean; MASSON, Maurice; DEHEN, Henri. Neurologia. 11o Ed. Revisada e Atualizada; Editora Guanabara Koogan. RJ, 2005.

CONVERSO, Maria Estelita Rojas; IARTELLI, Isabele. Caracterização e analise do estado mental e funcional de idosos institucionalizados em instituições publicas de longa permanência. J Bras Psiquiatr, 56(4): 267-272 2007. Disponível em : http://www.scielo.br/pdf/jbpsiq/v56n4/a05v56n4.pdf acesso 12 de abril de 2013

Forlenza, Orestes Vicente. Doença de Alzheimer. 2001. Disponível em: ucbweb.castelobranco.br

 

HERRERA et al, Jr-E . Estudo epidemiológico populacional de demência na cidade de Catanduva, estado de São Paulo, Brasil. Rev Psiq clín 1998; 25:70-3.

 

LENARDT et al ,Maria Helena. O desempenho de idosas institucionalizadas no miniexame do estado mental. Acta Paul Enferm 2009; 22(5): 638-44. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ape/v22n5/07.pdf acesso 11 de abril de 2013

LOUREÇO, Roberto A; VERAS, Renato P. Mini-Exame do Estado Mental: características psicométricas em idosos ambulatoriais. Rev Saúde Pública 2006; 40(4): 712-9

 

LUZARDO, Adriana Remião; et al. CARACTERÍSTICAS DE IDOSOS COM DOENÇA DE ALZHEIMER E SEUS CUIDADORES: UMA SÉRIE DE CASOS EM UM SERVIÇO DE NEUROGERIATRIA. Florianópolis, 2006 Out-Dez; 15(4): 587-94. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/tce/v15n4/v15n4a06.pdf acesso 10 de abril de 2013

 

PAULA, Debora Lee Vianna ; YASSUDA, Monica Sandes. Queixas de Memoria de Idosos e sua Relação com a Escolaridade, Desempenho Cognitiva e Sintomas de Depressão e Ansiedade. Revista Clínica, 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rpc/v37n1/a05v37n1.pdf

 

PERKIN, G. David. Atlas Mosby em Cores e Texto de Neurologia. 1o Ed; Editora Manole. SP, 1998.

 

SCAZUFCA, M et al. Ivestigaçoes Epidemiologicas sobre Demência nos Países em Desenvolvimento. Revista Saúde Pública, 2002 Disponível em: http://www.scielosp.org/pdf/rsp/v36n6/13535.pdf

 

 

Obs:

- Todo o direito e responsabilidade do conteúdo são de seus autores.

- Publicado em 25/06/2013.



Artigos Relacionados:
 
 
Joomla 1.5 Templates by Joomlashack