Doença de Chagas (Tripanossomíase Americana) |
Trabalho realizado por: Equipe FisioWeb. Fonte: Fundação Oswaldo Cruz
Doença infecciosa causada pelo Trypanosoma cruzi, de natureza endêmica e evolução clínica essencialmente crônica, cujos vetores são os insetos reduvídeos, principalmente dos gêneros Triatoma, Rhodnius e Panstrongylus.
A doença e o agente infeccioso foram descobertos e descritos pelo pesquisador Carlos Chagas, do Instituto Oswaldo Cruz, em 1908. O Trypanosoma cruzi é uma espécie de protozoário da família Trypanosomatidae, cujo ciclo biológico apresenta três fases: amastigota, epimastigota e tripomastigota, e se desenvolve alternadamente em mamíferos de várias classes e insetos reduvídeos. Transmitida pelas fezes eliminadas durante a picada dos vetores contaminados pelos tripanossomos. Esses vetores são insetos hematófagos, da família Reduviidae, especialmente das espécies Triatoma infestans, Rhodnius prolixus e Panstrongylus megistus, conhecidos popularmente como barbeiros, devido a preferência pela região do rosto onde costumam sugar sangue. Pode ocorrer também a transmissão por transfusão de sangue ou transplacentária, produzindo os casos de infecção congênita. A doença humana encontra-se limitada ao Hemisfério Ocidental, com ampla distribuição em zonas rurais do México, da América Central e América do Sul. A incidência da endemia acha-se condicionada ao nível econômico e social da região e em particular à existência de vetores domiciliários, aos tipos precários de habitação do homem rural e às baixas condições de higiene de seus habitantes. Constitui um dos maiores problemas de saúde pública do Brasil. Normalmente o quadro clínico surge de 5 a 14 dias após a transmissão pelo vetor e 30 a 40 dias para as infecções por transfusão sanguínea. O parasita encontra-se regularmente no sangue durante o período febril agudo e pode persistir em pequeno número durante toda a vida nos casos sintomáticos e assintomáticos. O diagnóstico na fase aguda é estabelecido pela demonstração do parasito através de pesquisa no sangue, por cultura ou por imunodiagnóstico. Na fase crônica, o xenodiagnóstico e principalmente o imunodiagnóstico são os procedimentos mais adotados. A prevenção e controle través do combate sistemático aos vetores, mediante o emprego de inseticidas eficazes, construção ou melhoria das habitações de maneira a torná-las pouco próprias à proliferação dos triatomíneos, eliminação dos animais domésticos infectados, uso de cortinados nas casas infestadas pelos vetores, controle e descarte do sangue contaminado pelo parasita e seus derivados. Complementa este texto, o GLOSSÁRIO da “ Série Doenças “. BibliografiaBENENSON, Abram S. (Ed.) El control de las enfermidades transmisibles en el hombre. 15.ed. Washington: OPAS, OMS, 1992. 618p. (Publicacción Científica, 538) REY, Luís. Dicionário de termos técnicos de medicina e saúde. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, c1999. 825p. VERONESI, Ricardo. Doenças infecciosas e parasitárias.8.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991. p.674-705. (Texto elaborado pela Biblioteca de Manguinhos/CICT/FIOCRUZ).
Obs: - Todo crédito e responsabilidade do conteúdo é de seu autor. - Publicado em 2002. Artigos Relacionados: Doença de Alzheimer (3600 Acessos) Hidroterapia como Agente Promissor para Pacientes com Doença de Parkinson - Revisão Literária (16786 Acessos) Atuação Fisioterapêutica na Doença de Huntington (2416 Acessos) |