Intervenção da Cinesioterapia nas Alterações das AVD'S e AIVD'S na Doença de Parkinson |
Intgervention of Kinesitherapy in the alterations of ACD'S and AIVD'S in the Disease of Parkinson
Trabalho realizado por: Brunieli Louredo Adão. Acadêmica do 8º período de Fisioterapia, Centro Universitário São Camilo-ES. Contato: bruni.louredo@gmail.com
Prof. Fabiano Moura Dias. Fisioterapeuta especialista em Fisioterapia Neurofuncional, professor do Centrto Universitário São Camilo-ES.
Resumo Materiais e Métodos Trata-se de uma revisão bibliográfica exploratória e qualitativa. Para a realização deste estudo foram realizadas pesquisas no acervo da biblioteca do Centro Universitário São Camilo – Espírito Santo além de artigos científicos disponíveis em bancos de dados do Scielo e Google acadêmico no período de 1999 a 2010. Foram utilizadas as seguintes palavras-chave durante a busca: Doença de Parkinson, cinesioterapia, fisioterapia, AVD e AIVD. O trabalho foi desenvolvido entre o período de maio 2010 a novembro de 2010. Resultados e Discussão A doença de Parkinson gera alterações motoras que afetam principalmente as atividades de vida diária e as atividades instrumentais de vida diária do paciente, tornando-o cada vez mais dependente de tudo, desde a alimentação até os cuidados pessoais. Prevendo essa dependência que se agrava com o passar do tempo, a fisioterapia através de métodos cinesioterápicos tem o propósito de minimizar esses sintomas e essa dependência, através de objetivos que propõe manter ou melhorar a amplitude de movimento em todas as articulações; retardar o surgimento de contraturas e deformidades; retardar a atrofia por desuso e a fraqueza muscular; promover e incrementar o funcionamento motor e a mobilidade; incrementar o padrão da marcha; melhorar as condições respiratórias, a expansibilidade pulmonar e a mobilidade torácica; manter ou aumentar a independência funcional nas atividades de vida diária (THOMPSON; SKINNER; PIERCY, 2000). O programa de exercícios cinesioterapeutico ativo livre e passivo têm como objetivo desacelerar a progressão dos sinais clínicos motores da doença, impedindo o desenvolvimento de complicações e deformidades secundarias, além de manter ao máximo as capacidades funcionais do paciente (MONTE et al., 2004). Segundo Andrade et al (2004), a cinesioterapia é dividida em duas fases: na primeira são instituídos os exercícios de alongamento com o objetivo de obter a recuperação completa das amplitudes do movimento; a segunda fase constitui-se de exercícios de reforço. Exercícios de alongamento global visando maior flexibilidade ajudam a diminuir rigidez muscular desses indivíduos, auxiliando na melhora da postura encurvada. (HAUSER, 2000; NOBREGA et al., 1999) propiciando a este paciente melhora das funções de AVD`s, como estender roupa, pentear os cabelos, escovar dentes tarefas que são prejudicada pela rigidez. Segundo Hauser & Zesiewicz (2001), exercícios de mobilidade, contribuem imensamente para os pacientes com DP, colaborando para manter a capacidade de caminhar, aumento da flexibilidade, e minimizando os efeitos da bradicinesia e rigidez, características que mais prejudicam as AVD’s e AIVD’s, interferindo diretamente nas habilidades motoras como se alimentar, tomar banho,fazer a própria comida ou ir a rua pagar contas. A marcha que é primordial para realizar atividades comuns do dia a dia é comprometida pela DP. Os movimentos de tronco e pélvis também estão reduzidos, resultando numa diminuição do comprimento dos passos e oscilação recíproca dos braços (O’ SULLIVAN e SCHIMITZ, 2004).Nessa alteração o treino de marcha é de fundamental importância para reeducar a deambulação festinada, o encurvamento do tronco para frente e alguns reflexos posturais anormais. Para corrigir essas alterações os treinos de marcha em pistas visuais, e pistas de propriocepção com terreno irregular é de extrema importância. Deve-se encorajar um padrão de marcha com passos altos e passadas largas, atentando-se para o balanço dos membros superiores. São utilizados mudanças de direção, paradas e reinícios (DELISA, GEANS, 2002). Uma combinação e associação de treino de marcha, tanto na esteira como no solo, com trabalho de obstáculo, (JAFFE et al. 2004), acarreta uma melhora considerável na marcha, tornando-o mais confiante e independente para realizar as atividades de vida diária. A respiração também e prejudicada com esta patologia, pois os músculos se tornam fracos, e atrofiados em determinadas situações, pela postura do individuo, Os exercícios respiratórios para o paciente portador de DP auxiliam no relaxamento e trabalham de forma eficaz na expansão torácica, aumentando a capacidade vital do paciente. Eles previnem as limitações músculo-esqueléticas, que podem levar a complicações pulmonares, por ventilação inadequada (MONTE, PEREIRA, SILVA, 2004).Auxiliando a melhora da fadiga, que e uma das características mais desgastantes na DP. O equilíbrio do paciente fica afetado, pois há a o enfraquecimento da muscu-latura geral do corpo. A fraqueza decorrente da doença leva os indivíduos à insegu-rança para a realização das atividades se limitando as atividades estritamente ne-cessárias, levando a uma maior atrofia muscular e conseqüente diminuição da força (SCANDALIS et al., 2001). Gallahue, (2003), relata que o ganho de força muscular através de um programa adequado de treinamento para os membros infe-riores, são efetivos no condicionamento e manutenção do equilíbrio evitando quedas, agravadas pelos distúrbios de equilíbrio, que são freqüentes nesses indivíduos.Os exercícios de fortalecimento com caneleiras e alteres e eficaz, aumentando o nível de carga gradualmente de acordo com a evolução do paciente.Desta maneira o paciente fica com as musculaturas fortalecidas, gerando uma auto confiança para sair de casa e ir a rua fazer compras, visitas, pagar contas , isto torna a vida social do paciente com DP mais ativa, que na maioria dos casos são interrompidas pela vergonha do tremor, as bradicinesias ou ate mesmo o precisar de auxilio de um cuidador para deambular. Todos os exercícios aplicados ao pacientes devem ter os movimentos rítmicos e recíprocos, além de estímulos verbais, auditivos e táteis. Estes ajudarão nos esforços sensitivos e aumentarão a percepção do movimento (SCARSI, 2004), facilitando a fixação de cada exercício ao paciente. Nesta tabela então propomos exercícios cinesioterapêuticos capazes de reeducar esses sinais da DP.
A partir das informações colhidas nesta pesquisa, conclui-se que a cinesiote-rapia através de exercícios de mobilização articular, treinos de marcha, fortalecimen-to e treino de equilíbrio trazem inúmeros benefícios para melhora das atividades de vida diária e atividades instrumentais de vida diária do paciente com doença de Par-kinson. A cinesioterapia não promove a cura da doença, porém retarda a evolução dos sintomas da doença, proporcionando ao paciente uma qualidade de vida melhor e independente. HAUSER Robert. A doença de Parkinson - perguntas e respostas. Espanha: Merit, 2000. HAUSER, Robert; ZESIEWICZ, Theresa. A doença de Parkinson: perguntas e res-postas. São Paulo: Novartis, 2001. MONTE S.C.C.; PEREIRA J.S.; SILVA M.A.G. A intervenção fisioterapêutica na Do-ença de Parkinson. Fisioterapia Brasil, Vitória, v. 5, n. 1, p. 61-65, jan./fev. 2004. O’SULLIVAN, S. B.; SCHMITZ, T. J. Fisioterapia:avaliação e tratamento. 4. ed. São Paulo:Manole, 2004. SCANDALIS T.A., BOSAK A., BERLINER J.C, et al. Resistance training and gait function in patients with Parkinson's disease. In: Am J Phys Med Rehabil. New York. V.1, n. 80. p. 38-43, 2001. Pubmed Disponível em: www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed. SCARSI M.V.H. Abordagem fisioterapêutica na Doença de Parkinson. Adamanti-na, SP,2004.Originalmente apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso (graduação),Faculdades Adamantinenses Integradas, 2004. THOMSON, A.; SKINNER, A.; PIERCY, J. Mal de Parkinson. In:___. Fisioterapia de Tidy. 12.ed. São Paulo: Santos, 2000. TREVISOL-BITTENCOURT, P. C.; TROIANO,A. Doença de Parkinson: diagnóstico e tratamento.Disponível em: <http://www.neurologia.cjb.net>. Acesso em: 10 dez. 2005. UMPHERED, D. A. Reabilitação neurológica.4. ed. São Paulo: Manole, 2004 ANDRADE, R. P , CORREA FILHO, M. R. C., QUEIROZ, B. C. Lesões do manguito rotador. Rev Bras Ortop. Nov/Dez 2004. GOULART, F. et al. O impacto de um programa de atividade física na qualidade de vida de pacientes com doença de Parkinson. Revista Brasileira de Fisioterapia, v. 9, n. 1, p. 49-55, out./dez. 2005. MENESES, M. S.; TEIVE, H. A. G. Doença de Parkinson. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,2003. DIOGO, M.J.D`E.; O papel da enfermeira na reabilitação do idoso. Revista HALL, Carrie; BRODY, Lori Thein. Exercícios Terapêuticos em busca da função. São Paulo: Manole, 2001.
Obs: - Todo crédito e responsabilidade do conteúdo é de sua autora. - Publicado em 28/01/2011. Artigos Relacionados: Abordagem Fisioterapêutica nas Complicações de Mulheres Mastectomizadas Decorrentes do Câncer de Mama (3412 Acessos) Cinesioterapia ativa - Noções básicas (4004 Acessos) Efeito da Cinesioterapia Aeróbica para o paciente Diabético Tipo I no Metabolismo da Glicose (2563 Acessos) |