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Alterações Posturais em Gestantes Precoces devido ao Peso Fetal Imprimir E-mail
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Trabalho realizado por:

Gabriele Penke
Jordana Barth
Luciane Novakowski
Priscila Noster
Valesca J. Marin

Contato: valesca.marin@hotmail.com

* Projeto de pesquisa realizado no Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo (IESA) no curso de Fisioterapia - Santo Ângelo - RS - Fev. 2012.


Orientadora
:

Profª Tatiana Medina.


Resumo

Segundo Wolf(1993), as mudanças físicas e o ganho de peso que ocorrem durante a gestação determinam modificações relativas à postura, equilíbrio e locomoção.
Durante a gestação, o crescimento e desenvolvimento do útero provocam mudanças na forma, no tamanho e na inércia materna, ocasionando assim alterações na postura estática, pois o útero ganha aproximadamente 6 kg até o final da gestação, e seu desenvolvimento resulta em uma protusão de abdômen, deslocamento superior do diafragma, mudanças compensatórias na mecânica da coluna vertebral e rotação pélvica.

Descritores: Gestantes, alterações posturais, gravidez na adolescência, equilíbrio.

 

Introdução

Durante a gravidez, a mulher sofre diversas alterações físicas necessárias ao perfeito crescimento e desenvolvimento fetal. Mas, em algumas mulheres essas alterações trazem conseqüências que podem ter como resultado a dor e limitações em suas atividades de vida diária.
Alterações Posturais em Gestantes Precoces devido ao Peso Fetal
Conforme citado por Souza (2002) e Aires (1999) a mulher que está passando pela fase de gravidez, seu corpo passa por modificações físicas e adaptações posturais próprias desta fase, sendo bastante comum a queixa de algias lombopélvicas. Devido à distensão abdominal e as mamas desenvolvidas, o centro de gravidade se desloca para frente, fazendo com que ela adote uma postura involuntária, aumentando a lordose lombar, além de aumentar a base de sustentação, afastando os pés.

Fundamentação Teórica

O Ministério da Saúde (2001) relata que gravidez não é um estado patológico, nem uma debilidade de doenças ou inatividade, mas como uma fase de diversas modificações anatômicas, fisiológicas e hormonais somado a transformações, músculo esquelético, emocionais, circulatórias e respiratórias estimulando adequadamente o feto para que possa crescer e se desenvolver durante esse período.
Estas alterações são ocasionadas por necessidades funcionais e metabólicas do organismo determinada pelo período de aproximadamente 38 a 42 semanas de gravidez; durante a gestação ocorrem alterações do metabolismo protéico, lipídico e glicídios; aumento do débito cardíaco, alterações na pressão arterial, alterações na dinâmica respiratória; modificações do apetite, náuseas e vômitos, as quais permitem que a mulher suporte a sobrecarga de gerar um novo organismo. (REZENDE et al apud SILVA.,2004).

Parece haver uma acentuação normal da lordose lombar durante a gestação, possivelmente atribuída ao estresse exercido pelo aumento do peso que pode levar os ligamentos espinais, por exemplo, os ligamentos longitudinais, a permitir maior frouxidão da articulação espinal. Há também afirmações de que existem aumentos compensadores nas curvaturas dorsal e cervical.

Como, o peso fetal causa um aumento na lordose lombar, a pelve pode inclinar-se para frente, e os músculos iliopsoas, com uma inserção comum, podem sofrer sobrecarga. Uma vez que parte do plexo lombar se localiza dentro músculo psoas, um esforço excessivo nessa região pode causar sintomas adicionais, particularmente irritação dos nervos sensitivos.

Devido ao relaxamento das articulações pélvicas e forças biomecânicas, a dor na região pélvica pode estar relacionada com o relaxamento de inserções ligamentares na tuberosidade isquiática, espinha isquiática, bordo lateral do sacro e cóccix, espinhas ilíacas posteriores, ossos púbicos ou fáscia do obturador interno. A possibilidade de frouxidão espinal pode criar condições favoráveis para compressões dos nervos espinais ou periféricos que saem da coluna vertebral, embora a incidência de herniações de disco não seja maior em gestantes do que na população normal.



Postura

No decorrer da gravidez a postura sofre grandes modificações devido à possível ação hormonal da relaxina sobre os ligamentos, ao aumento do peso das mamas e do útero na parte anterior e ao deslocamento do centro de gravidade para frente e para cima. A coluna se ajustará ao aumento do peso e deslocamento do centro de gravidade, aumentando as curvas cervical e lombar. Além dessas alterações na coluna, a gestante irá pender ligeiramente para trás para permitir que o peso se desloque posteriormente em direção aos calcanhares, contrabalançando a força que o útero em crescimento exerce para frente.

As características dessa postura de cifose e lordose conforme descritas por Kendall, são fraqueza na parte anterior do pescoço, parte superior das costas e músculos abdominais inferiores e, frequentemente, encurtamento dos flexores do quadril, peitorais e músculos da parte inferior das costas.

São utilizados muitos testes de avaliação para gestantes: observação; palpação; amplitude de movimento; força; coordenação; marcha; atividades da vida diária, avaliação funcional e neurológica e muitos outros que podem ser encontrados em livros de Propedêutica Ortopédica.

A adolescência compreende a faixa etária entre 10 e 19 anos. É nessa fase da vida que se vivenciam as grandes mudanças, sendo estas tanto físicas, mentais como espirituais. A adolescente passa por uma profunda desestruturação da personalidade que com o passar dos anos vai se restabelecendo. Atualmente, a atividade sexual tem se tornado cada vez mais precoce e frequente entre adolescentes. (NETO, Armando C. de S, 2004)

Além disso, a menarca precoce, valores culturais, a falta de perspectivas, o desconhecimento em relação aos métodos contraceptivos, o nível socioeconômico e educacional contribuem para elevar índices estatísticos de casos de gravidez na adolescência. A adolescente vivencia o momento prazeroso de ser mãe mas ao mesmo tempo presencia as críticas, pré - conceitos e descaso da sociedade em que vive, passando por crises e sentimentos adversos. Logo, a adolescente não mede as consequências dos fardos e privações que esta maternidade traz consigo, só pensando no prazer de ser mãe.

Problemas psicossociais como: interrupção da escola, oportunidades de trabalho limitadas, bebês separado do pai e gestações repetidas não parecem ter efeito de longa duração sobre as mães, pois pesquisas mostram resultados que de duas décadas após dar à luz, a maioria das mães adolescentes não está na previdência e pode ter voltado à escola para terminar o segundo grau e ter empregos estáveis.

A gravidez na adolescência é complicada pela idade materna, ossificação incompleta da pelve, ausência de assistência de pré-natal e ganho de peso inadequado. A probabilidade de nascimento de um bebê saudável é comprometida, pois a adolescente grávida também está em fase de crescimento. Levantamentos nutricionais mostram que as prevalências mais altas de deficiências nutricionais ocorrem durante a adolescência. As adolescentes continuam a crescer, porém a taxa de crescimento é menor do que as não grávidas; mãe e feto estão competindo um com o outro por nutrientes e o crescimento de cada um pode ser prejudicado.

Os bebês nascidos de meninas com menos de 15 anos de idade apresentam probabilidade duas vezes maior de pesar menos de 2.500 g e três vezes maior de morrer dentro do período neonatal quando comparados a bebês nascidos de mulheres adultas. Um ganho de peso geral de 9 a 13 quilos é sugerido para uma mulher madura para diminuir o risco dos bebês com baixo peso ao nascimento.

Nas adolescentes o ganho de peso deve ser maior para diminuir o risco de a criança apresentar anomalias de desenvolvimento. Durante o segundo e terceiro trimestres, a adolescente grávida requer 300 calorias adicionais por dia. Se ela tiver menos de 15 anos, ela necessitará de 500 calorias adicionais por dia. Se a adolescente grávida já estiver acima do peso ela deve ganhar pelo menos 11 quilos e, se, estiver abaixo do peso, deverá ganhar 18 quilos ao longo de toda gravidez..

A atuação da fisioterapia na saúde da mulher permite intervir sobre vários aspectos da função e do movimento humano, que sofrem mudanças e alterações durante as fases de vida da mulher, desde a adolescência até a fase adulta, passando inclusive sobre o período gestacional. O período gestacional gera muitas alterações no organismo materno, sendo necessária uma adaptação da mulher às novas condições físicas. O profissional fisioterapeuta que trabalhará com essa população, poderá auxiliar a adolescente grávida a entender alterações emocionais, físicas, nutricionais e as necessidades com as quais terá que lidar.



Referências Bibliográficas


•    O’Connor LJ, Stephenson RG. Fisioterapia aplicada à ginecologia e obstetrícia. 2ª ed. São Paulo: Manole; 2004.

•    Appel C. Exercise and the woman with a high-risk pregnancy. IJCE. 1997;12(3):40-41.

•    Confavreux C, Hutchinson M, Hours MM, et al. Rate of pregnancy-related relapse in multiple sclerosis. N Engl J Med. 1998; 339(5),285-291.

•    REZENDE, J. Obstetrícia. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 1992.

•    Polden M, Mantle J. Fisioterapia em ginecologia e obstetrícia. 2a ed. São Paulo: Santos; 2000.

 

 

Obs:

- Todo crédito e responsabilidade do conteúdo são de suas autoras.

- Publicado em 29/02/2012.


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