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Benefícios da Atividade Física no Tratamento da Diabetes Mellitus E-mail
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Benefits Of Physical Activity In The Treatment Of Diabetes Mellitus

 

Trabalho realizado por:

Nathália Victório Bindaco
Samanta Ferreira Machado
Thyara de Souza Santiago.

Discentes do 6º período do curso de Fisioterapia do Centro Universitário São Camilo-ES.

Contato: nathaliavictorio@hotmail.com

 

Resumo

O diabetes mellitus (DM) é a doença crônica que mais mata no mundo. No diabetes ocorre o aumento de glicose no sangue, fazendo com que ele fique mais denso, então a introdução de um programa de atividades físicas no cotidiano do paciente diabético, traz melhoras significativas no quadro da doença, pois para os portadores de DM, a prática de exercícios é parte fundamental do tratamento, assim como o uso de medicamentos e a dieta alimentar. Metodologia: Essa revisão bibliográfica foi realizada com base em livros, periódicos e a partir da base de dados Scielo e Google Acadêmico. Resultados e Discussão: A Diabetes Mellitus pode ser do Tipo I, que surge quando começam a haver falhas na emissão da insulina pelo pâncreas, ou do tipo II, que está relacionada à predisposição genética (os genes determinam a resistência à insulina) e à obesidade. O sentimento dos diabéticos com relação à sua condição leva a todos os agentes da saúde, a inferir que a doença significa mais do que um conjunto de sintomas, mas que possui muitas representações simbólicas e culturais. As atividades físicas são importantes para os diabéticos, devendo ser praticadas regularmente, pois evitam o desenvolvimento e as complicações da doença, ajudam a manter o peso ideal, controlam a glicose na corrente sanguínea, evitam o endurecimento dos membros e melhoram suas condições gerais de saúde. Conclusão: A prática de exercícios físicos é imprescindível no tratamento e controle da Diabetes Mellitus, já que com seus diversos benefícios ajuda não só a melhorar o quadro físico do paciente, mas também, o lado emocional, mental e o seu convívio na sociedade.

Palavras-chave: Diabetes Mellitus; Exercícios Físicos; Tratamento.

Abstract

Diabetes mellitus (DM) is a chronic disease that kills the world. In diabetes there is increased glucose in the blood, causing it to be denser, so the introduction of a physical activity program in the daily diabetic patient, brings significant improvements in the context of the disease as for patients with DM, the practice Exercise is an essential part of treatment, as well as use of medication and diet. Methodology: This review was based on books, periodicals and from the Scielo database and Google Scholar. Results and Discussion: Diabetes Mellitus Type I can be, which arises when they begin to faults in the issuance of insulin by the pancreas, or type II, which is related to genetic predisposition (genes determine insulin resistance) and obesity . The feeling of diabetics in relation to their condition leads to all health workers, to infer that the disease means more than one set of symptoms, but it has many cultural and symbolic representations. Physical activities are important for diabetics, and should be practiced regularly, because they prevent the development and complications of the disease, help maintain an ideal weight, control the glucose in the bloodstream, prevent hardening of the members and improve their overall health . Conclusion: The physical exercise is essential in the treatment and control of Diabetes Mellitus, since with its various benefits not only helps improve the patient's physical, but also the emotional, mental and their interaction in society.
Keywords: Diabetes Mellitus; Physical Exercise; Treatment.

 

Introdução

Segundo FRANCO (2005), o Diabetes Mellitus (DM) é a doença crônica que mais mata no mundo. Por ser inicialmente assintomática, é uma inimiga que ataca em silêncio. Da parcela que está ameaçada pela diabetes, metade não sabe; quando diagnosticada, cerca de 90% das células que produzem insulina (células beta), já estão destruídas, processo este que pode levar de 4 a 7 anos – por isso é necessário fazer o exame de glicemia anualmente para verificar se o indivíduo tem diabetes ou possui predisposição para a mesma. Portanto, a introdução de um programa de atividades físicas no cotidiano do paciente diabético, trará melhoras significativas no quadro da doença, pois para os portadores de DM, a prática de exercícios é parte fundamental do tratamento, assim como o uso de medicamentos e a dieta alimentar (FECHIO e MALERBI, 2004).

O Diabetes Mellitus pode ser do tipo I, do tipo II ou surgir durante o tempo gestacional. Uma falha na produção de insulina resulta em altos níveis de glicose no sangue, já que esta última não é devidamente dirigida ao interior das células. Visando manter a glicemia constante, o pâncreas também produz outro hormônio antagônico à insulina, denominado glucagon. Ou seja, quando a glicemia cai, mais glucagon é secretado visando restabelecer o nível de glicose na circulação. A maioria das características patológicas do diabetes mellitus pode ser atribuída à alguns efeitos principais da falta de insulina: uso diminuído de glicose pelas células corporais aumentando a concentração sanguínea, mobilização de gorduras das áreas de armazenamento e depleção de proteínas nos tecidos corpóreos (CÁCERES, 2007).  Indivíduos com diabetes, magros ou obesos, geralmente apresentam valores de insulina comparativamente menores que os dos não diabéticos, tanto em jejum como após a sobrecarga à glicose oral (ou pós-alimentar). Essa redução se acentua quanto maiores forem suas glicemias ou hemoglobinas glicadas, ou seja, quanto pior for seu controle do diabetes (VÍVOLO, 2008).
Esse estudo tem como objetivo demonstrar como a prática de exercícios físicos em pacientes diabéticos se torna uma forma de tratamento para que ele desenvolva uma melhor qualidade de vida e estabilidade da doença.

Resultados e Discussão

Diabetes Mellitus

Características Gerais

O pâncreas é o órgão responsável pela produção do hormônio denominado insulina - este hormônio é responsável pela regulagem da glicemia (nível de glicose no sangue). Para que as células das diversas partes do corpo humano possam realizar o processo de respiração aeróbica (utilizar glicose como fonte de energia), é necessário que a glicose esteja presente na célula. Portanto, as células possuem receptores de insulina que, quando acionados, "abrem" a membrana celular para a entrada da glicose presente na circulação sanguínea.  Como no diabetes ocorre o aumento de glicose no sangue, fazendo com que ele fique mais denso, os rins trabalham em excesso, eliminando muita água para, junto eliminar açúcar em excesso na corrente sanguínea. O paciente apresenta vontade de urinar várias vezes ao dia, processo chamando de poliúria. Essa situação pode levar à desidratação e à sede fora do normal, por isso o diabético ingere muita água, e essa sede excessiva é denominada polidipsia. Outro processo que ocorre é a polifagia, ou seja, fome excessiva, fazendo com que o indivíduo aumente a ingestão de alimentos, mas não aumente de peso.

Classificação do Diabetes Mellitus

A Diabetes Mellitus pode ser do Tipo I, que surge quando começam a haver falhas na emissão da insulina pelo pâncreas. Não se sabe exatamente como o organismo passa a não reconhecer as ilhotas do pâncreas como as responsáveis pela produção de insulina, e, por um mecanismo imunológico, passa a produzir uma arma mortífera: os anticorpos que atacam as ilhotas como se fossem corpos estranhos que devem ser combatidos. Por esse processo de destruição das ilhotas, a insulina não é mais produzida, ou é muito pouco produzida, fazendo com que a glicose não consiga entrar nas células.
Na falta de glicose, as células procuram tirar a energia das gorduras, atancado e queimando os lipídeos, acarretando a produção de cetonas (substâncias ácidas), que são lançadas no sangue. Este processo deixa o hálito do diabético com aroma ácido. Ocorre, então, uma conseqüente hiperglicemia, com sérias conseqüências como eliminação de urina em demasia, sede excessiva e cansaço. A hiperglicemia, com acidose, ocorre se o diabético não tomar a injeção de insulina, e pode resultar, em poucos dias, em coma diabético.
Do Tipo II, está relacionada à predisposição genética (os genes determinam a resistência à insulina) e à obesidade (95% dos obesos acabam desenvolvendo). 70% destes diabéticos são do sexo feminino. Desenvolve-se na idade adulta e, em geral após os 40 anos (FRANCO, 2005).            No início da doença, o pâncreas funciona bem, produzindo insulina em quantidades normais. As células começam a criar barreiras, impedindo a entrada da insulina e queimando menos açúcar. A doença se dá, então, porque as células perdem a capacidade de reagir à insulina que o pâncreas produz, tornando-se resistentes a elas e, por isso, não conseguem aproveitar a glicose presente na corrente sanguínea, causando um aumento em suas taxas, chamado de hiperglicose.  Existe também, a DM gestacional, que desenvolve - se em cerca de 2% das gestantes. Por isso, durante a gravidez, todas as gestantes devem fazer o teste da glicemia, pois neste período, a placenta (órgão responsável pela nutrição do feto) produz algumas substâncias (hormônios) em grande quantidade. Embora imprescindíveis para o desenvolvimento do bebê, os hormônios criam resistência à ação da insulina no organismo materno. Todas as mulheres grávidas têm algum grau de resistência insulínica, mas as mulheres com diabetes gestacional apresentam uma resistência mais exagerada. O diabetes gestacional costuma aparecer por volta da vigésima quarta semana de gravidez, exatamente quando a placenta começa a produzir grandes quantidades de hormônios. Por isso  o rastreamento para este tipo de diabetes ocorre nesse período.
Há um controle rigoroso para verificar o índice de glicose sanguínea, pois altos níveis de glicose fazem com que os bebês cresçam muito rápido e pesem mais de 4 quilos. Além disso, a criança pode vir a se tornar diabética insulínico-dependente, geralmente entre a idade de 11 a 13 anos, embora haja casos raros de crianças com menos de 5 anos apresentarem o problema.

Patologias Associadas

Junto com o diabetes podem surgir muitas outras complicações, que geram alterações fisiológicas no indivíduo portador da doença, como problemas coronários, retinopatia – doença que afeta a retina e ocorre em pessoas que tem diabetes há muito tempo, particularmente aquelas cujo controle não tem estado bom (SÖNKSEN, 2000) – nefropatia e neuropatia diabética, catarata, problemas nos dentes (infecções bucais), disfunção erétil, disfunção sexual em mulheres, insuficiência renal e cardíaca e, até mesmo, uma necrobiose (por exemplo, o pé diabético).    

Observação e Complicações

A etiologia da diabetes tipo I se deve á fatores genéticos, doença auto-imune ou infecções virais, já sua patogenia é a produção imperfeita ou insuficiente de peptídeo ativo com capacidade seqüestradora, que leva ao acúmulo de tal molécula no sangue, diminui o aporte de sangue nos órgãos, reduzindo o metabolismo e acarretando adversas patologias secundárias decorrentes deste desequilíbrio. Já a tipo II se deve a resistência hepática à insulina. A fisiopatologia consiste na glucosúria, hálito acético, emagrecimento, entre outras características.
É importante salientar que, deve haver uma observação mais minuciosa do paciente diabético, analisando sua marcha, coordenação motora e equilíbrio, associados à falta de sensibilidade do mesmo, que ocorre quando os níveis de glicose ficam elevados por muito tempo. Isto se mostra relevante, pois um indivíduo com pouco equilíbrio e má coordenação motora, não tendo o controle sobre o seu corpo e a devida contração dos músculos para determinado movimento, podem vir a ter lesões decorrentes, por exemplo, de quedas, dentro ou fora de seu domicílio.
Esta é uma vertente muito significante, pois o problema pode começar com um simples formigamento e chegar até uma úlcera. Para que isso seja ao menos controlado, é necessário evitar o uso de sapatos com salto, evitar o excesso de peso; e também, que o paciente pratique exercícios regularmente, o que auxilia na melhora da vascularização. Além disso, há o tratamento com recursos terapêuticos como o laser, que aceleram a cicatrização tecidual das feridas, devido ao incremento à produção de ATP, gerando um aumento na velocidade de mitose das células. Também estimula a microcirculação, facilitando a multiplicação das células, formando novos vasos a partir dos já existentes. Além de que, ao acelerar a divisão celular, há um aumento no número de leucócitos que participam da fagocitose e aumento da síntese de colágeno pelos fibroblastos tratados (MEDEIROS, 2008).    
Para conviver com a DM sem muitos problemas de saúde, deve haver drástica alteração no modo de vida. Essa mudança aliada a uma alimentação balanceada tem o objetivo de evitar picos de glicemia, entre outras complicações. Ao alterar o modo como se vive, por exemplo, praticando regularmente algum tipo de atividade física que se encaixe dentro, é claro, das plausíveis possibilidades de cada um, a convivência com a doença se torna algo mais acessível.


Exercícios Físicos e Diabetes Mellitus

De acordo com XAVIER (2009), o sentimento dos diabéticos com relação à sua condição leva a todos os agentes da saúde, a inferir que a doença significa mais do que um conjunto de sintomas, mas que possui muitas representações simbólicas e culturais. A forma pela qual os indivíduos entendem a realidade vai determinar a sua maneira de se conduzir na vida. Assim, de acordo com o que o paciente sabe de sua doença, seu real significado, seus riscos e controle de suas atitudes e estilo de vida se encaminharão para a prática no seu cotidiano.    
Diante do alto interesse do núcleo da saúde no tratamento de seus pacientes diabéticos, aumenta-se a busca por novas condutas para que o mesmo conviva com a doença, mas de forma que não a deixe atrapalhar nas atividades diárias. Diante disto, várias pesquisas foram feitas e tiveram como resultado a implantação de programas de exercícios físicos para que surtissem efeitos positivos sobre os portadores desta doença crônica.        Desde o século XVIII, o exercício físico vem sendo defendido como instrumento que traz benefícios no tratamento de pacientes com diabetes mellitus (RAMALHO, 2008).  As atividades físicas são importantes para os diabéticos (tipos I e II), devendo ser praticadas regularmente. Pois entre outras coisas, evitam o desenvolvimento e as complicações da doença, ajudam a manter o peso ideal, controlam a glicose na corrente sanguínea, evitam o endurecimento dos membros e melhoram suas condições gerais de saúde (FRANCO, 2005).  Em pacientes diabéticos tipo I, apesar de um programa de exercícios melhorar a sensibilidade à insulina, não demonstra uma melhora no controle glicêmico, mas é indiscutível que eles possam influenciar nos resultados. No entanto, estes podem ser alterados, se, a fim de prevenir a hipoglicemia, o paciente não aplicar a insulina, não tiver uma orientação nutricional adequada, sobre o que deve ser ingerido antes dos exercícios e exagerar na alimentação.  Nos de tipo II, a ocorrência freqüente de resistência à insulina, obesidade, anormalidade no perfil lipídico e doença cardiovascular, tornam o exercício um potente coadjuvante aliado na terapêutica e com baixo risco de hipoglicemia.        
Todo paciente, independente do tipo de diabetes apresentada, deve realizar uma avaliação prévia para saber quais exercícios e em que quantidade praticá-los. Esta avaliação consiste na observação e na palpação do paciente, notando suas extremidades, o tônus fisiológico do músculo, força para um determinado movimento (aplicando o teste de força), articulações e pele (viscosidade e possível edema). Na avaliação é muito importante fazer uma anamnese, ressaltando o peso (se encontra dentro de seu peso normal), se possuem histórico familiar de diabetes e se fazem parte de nenhum grupo étnico de alto risco. É relevante submeter o paciente a um exame clínico geral, para a observação de fundo de olho, presença de neuropatias, osteopatias, e cardiopatias.            
Ainda se faz importante essas avaliações, pois o paciente, ao realizar determinados exercícios pode vir a sofrer alguma compensação articular ou lesão muscular. Assim, um profissional como o fisioterapeuta, por exemplo, pode detectar alguma alteração deste tipo e traçar um plano de tratamento específico para o mesmo, de acordo com as indicações e as contra-indicações, utilizando alguns recursos manuais, como manobra articular de Maitland, técnica de Jones ou algum tipo de alongamento, a depender do que o paciente apresenta.    
Após a inspeção e, de acordo com o diagnóstico e os resultados, será possível criar um plano de exercícios que este paciente possa efetuar e em quais quantidades praticá-los. Também é muito importante traçar um plano alimentar, pois ele terá que se restringir a determinados alimentos antes, durante e depois da prática do exercício.  Um indicador importante no controle da diabetes, resultando na alteração da hemoglobina dos glóbulos vermelhos, é a hemoglobina glicosilada, que aliada ao controle do açúcar na corrente sanguínea, melhora seus índices com os exercícios regulares (SÖNKSEN, 2000). Segundo FRANCO (2005), o diabetes não impede a prática de esportes. Basta apenas, quando o paciente é tratado com insulina, tomar algumas precauções. O paciente diabético deve verificar se sua diabetes esta bem controlada, pois em caso de um exercício intenso poderá agravar ainda mais suas glicemias; diminuir as doses de insulina que vão atuar durante o exercício; comer mais: antes ou durante um exercício longo, por exemplo, uma caminhada, e, sobretudo depois, já que um mal-estar hipoglicêmico poderá surgir após uma atividade física; e evitar a injeção de insulina no membro que vai trabalhar, por exemplo, na coxa, no caso de bicicleta, pois a reabsorção de insulina será mais acelerada.           O nível circulante de insulina antes e durante o exercício é também essencial para o desempenho e a prevenção da fadiga. O corpo precisa de certa quantidade de insulina circulante durante o exercício: quando reduzida, pode causar uma resposta hormonal excessiva, que eleva o nível de glicose sangüínea e a produção de cetonas. Por outro lado, se o nível de insulina circulante for alto durante a atividade, pode inibir a liberação de alguns hormônios que elevam a glicose levando a hipoglicemia (VÍVOLO, 2008).  A melhora nas medidas fisiológicas, tais como a redução de triglicérides e do LDL, o aumento do HDL, a diminuição da freqüência cardíaca em repouso e em atividade, a redução da pressão arterial, entre outras que decorrem de um estilo de vida fisicamente ativo, são ainda mais importantes nos portadores de diabetes, uma vez que o risco de mortalidade por doenças coronarianas é quatro a cinco vezes maiores nesses indivíduos em comparação com aqueles que não apresentam diabetes (FRANCO, 2005).  A redução dos índices de glicemia é um dos efeitos mais significativos da atividade física no diabetes. A glicose é fonte predominante de energia nos 30 primeiros minutos de exercício (VÍVOLO, 2008). Assim, a atividade física tem função parecida com a insulina, no que diz respeito ao aumento da utilização de glicose pela célula. Uma queda para valores inferiores a 60-70 mg/dl caracteriza hipoglicemia induzida pelo exercício, o que é mais comum em pessoas com diabetes que utilizam insulina do que os que não usam. Mas mesmo indivíduos que não têm diabetes estão sujeitos a hipoglicemias durante o exercício, o que causa tontura, visão turva e até desmaio.  De acordo com FECHIO e MALERBI (2004), apesar das vantagens da atividade física, uma grande parte da população é inativa ou se exercita em níveis insuficientes para alcançar resultados satisfatórios para a saúde. Estima-se que 50% dos indivíduos que começam um programa de exercício interrompem-no nos primeiros seis meses. A literatura tem apontado que a maioria das desistências ocorre durante os três meses iniciais com resultados semelhantes em todas as faixas etárias, independentemente do sexo.  Tal como ocorre em pessoas não diabéticas, a prática regular de exercício pode produzir importantes benefícios a curto, médio e longo prazo (MERCURI e ARRECHEA, 2001). Nestes benefícios pode-se incluir o aumento do consumo da glicose, diminuição na concentração basal e pós-prandial da insulina, aumento na resposta dos tecidos à insulina, melhora nos níveis da hemoglobina glicosilada, melhora o perfil lipídico, pois diminui os triglicerídeos e contribui para diminuir a pressão arterial. Aumenta o gasto energético, pois favorece na redução do peso corporal, diminuição na massa total de gordura, preservação e aumento da massa muscular, melhora no funcionamento do sistema cardiovascular, aumenta a força e elasticidade muscular, promove uma sensação de bem-estar e melhora na qualidade de vida.  No mais, independentemente das alterações fisiológicas que acompanham o exercício, também ocorrem alterações comportamentais que favorecem o cuidado e o autocontrole por parte do paciente. E, conseqüentemente, contribuem para melhorar sua auto-estima, convívio social, para que a doença não venha a impedir que ele realize todas as atividades normais que uma pessoa sem a doença desempenha.
É claro que os programas para portadores da DM não podem ser iguais aos de uma pessoa que não a possui. A orientação deve ser individualizada com relação a duração, intensidade, modalidade e freqüência. É especialmente importante a realização do aquecimento, do resfriamento e do alongamento. Como produzem mais produtos finais de glicosilação do que os não diabéticos (ou seja, as moléculas de glicose aderem a várias estruturas do corpo, incluindo a cartilagem e o colágeno),os pacientes diabéticos apresentam uma maior tendência ao endurecimento e perda da sua flexibilidade normal. Também, correm mais risco de desenvolver doença cardíaca e sofrer infartos silenciosos, dessa forma, o aquecimento e o resfriamento adequados ajudam a impedir a arritmia ou os eventos cardíacos sofridos durante e depois do exercício.    
São mais propensos à desidratação quando o açúcar sanguíneo sofre alta anormal. Com o volume sanguíneo reduzido (resultante de uma combinação entre a sudorese e a desidratação preexistente), pode haver um desmaio caso o indivíduo pare o exercício abruptamente sem fazer o resfriamento, permitindo que o corpo desconcentre o fluxo sanguíneo dos músculos e o devolva à circulação central (TEIXEIRA, 2008).                A atividade física prescrita em pacientes portadores de diabetes deveria reunir as características descritas no gráfico 1.

Gráfico 1 – Programa de atividade física para diabéticos

Gráfico 1 – Programa de atividade física para diabéticos

*No caso de obesidade, a prática diária é recomendada

** O tempo sugerido deve ser acrescentado de 5-10 minutos de exercícios de alongamento e mobilidade articular antes e após a atividade principal.

Fonte: http://www.saudeemmovimento.com.br/revista/artigos/diabetesclinica/v5n5_ exercicio.pdf.


A implantação de um programa de atividade física em pacientes que apresentam também outras doenças torna-se mais difícil. Porém com persistência é possível que esses pacientes adotem um “novo” estilo de vida para terem resultados mais positivos futuramente. A mudança de comportamento do paciente diabético sedentário é muito proveitosa, já que agora se dispõe a ocupar seu tempo com a realização de atividades físicas.   A diabetes é mais difícil de ser tratada do que outras condições crônicas, como à hipertensão, por exemplo, porque sua administração próspera está diretamente relacionada a uma maior extensão na melhora do estilo de vida, que está fora do alcance do profissional. Dessa forma, estes travam verdadeiras “batalhas” com seus pacientes diabéticos em relação à mudança de hábitos alimentares, exercícios e mudanças que envolvem hábitos vitalícios. Além disso, muitos sentem dificuldade em tratar a questão da instabilidade de comportamento, pois a maioria não foi preparada para isso.
De uma maneira lógica, os diabéticos passam a acreditar mais no tratamento, quando verificam, por intermédio do teste da glicemia capilar antes e depois do exercício, que este, diminuiu os níveis glicêmicos, controlando o diabetes e melhorando, assim, a auto-estima dessas pessoas (TEIXEIRA, 2008).

Conclusão

A prática de exercícios físicos é imprescindível no tratamento e controle da Diabetes Mellitus, já que com seus diversos benefícios ajuda não só a melhorar o quadro físico do paciente, mas também, o lado emocional, mental e o seu convívio na sociedade como uma pessoa não diabética. Também é importante levar em consideração a personalidade do paciente, pois ele pode estar seguindo todas as recomendações corretamente, mas ser uma pessoa, agitada, nervosa ou depressiva, o que pode acarretar o aumento dos níveis glicêmicos, alterando o controle da doença (TEIXEIRA, 2008).

 

Referências Bibliográficas

CÁCERES, T. Nosso Corpo Produz Insulina e Glucagon. Mato Grosso do Sul, 2007. Disponível em: http://www.diabetes.etc.br/produz-insulina-glucagon. Acesso em: 13/06/2009.
FECHIO, J. J.; MALERBI, F. E. K. Adesão a um programa de atividade física em adultos portadores de diabetes. São Paulo, 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302004000200 010 &lng=pt&nrm=isso. Acesso em: 10/06/2009.
FRANCO, L. L. Diabetes: como prevenir, tratar e conviver. São Paulo, 2005.
MEDEIROS, R. J. Cicatrização de feridas diabéticas e varicosas. São Paulo, 2008. Disponível em: http://medeirosfisio.web44.net/cicatriza_feridas. htm. Acesso em: 19/06/2009.
MERCURI, N., ARRECHEA, V. Atividade física e diabetes mellitus. Argentina, 2001. Disponível em: http://www.saudeemmovimento.com.br/revista/ artigos/diabetes_clinica/v5n5_exercicio.pdf. Acesso em: 05/06/2009.
RAMALHO, A. C. Diabetes e Atividade Física. 2008. Disponível em: http://www.sitemedico.com.br/sm/materias/index.php?mat=1151. Acesso em: 18/04/2009.
SÖNKSEN, P.; FOX, C.; JUDD, S. Tudo sobre diabetes: respostas ás suas dúvidas. São Paulo, 2000. 4 ed. Ed. Andrei.
TEIXEIRA, L. Atividade física adaptada e saúde: da teoria à prática. São Paulo, 2008. Ed. Phorte.
VÍVOLO, M. A. Diabetes e o peso: Sociedade Brasileira de Diabetes. São Paulo, 2008. Disponível em: http://www.diabetes.org.br/aprendendo/obesidade/ peso .php. Acesso em: 17/06/2009.
XAVIER, A. T. F.; BITTAR, D. B.; ATAÍDE, M. B. C. Crenças no autocuidado em diabetes - implicações para a prática. Florianópolis, 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-07072009000100 015&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 11/06/2009.

 

 

Obs:

- Todo crédito e responsabilidade do conteúdo são de seus autores.

- Publicado em 04/11/2010.


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